Oficina de Saberes


Criada em 2010, a Oficina de Saberes vem dinamizar a oferta do Sport Algés e Dafundo, possibilitando aos seus sócios uma vertente lúdico-cultural. Trata-se de uma ponte entre o ensino e o desporto, permitindo a frequência das suas actividades a todas as idades.


Se é ou foi sócio(a) da S.A.D. venha visitar-nos nas instalações do clube. Se ainda não é, tem mais uma boa razão para nos vir conhecer.



quarta-feira, 14 de maio de 2014

Aulas de FRANCÊS




Terminaram no passado dia 6 de Maio as aulas de Francês coordenadas por Teresa Andrade. Por incompatibilidade de horários não tive oportunidade de as frequentar mas sei que perdi umas óptimas aulas, muito interessantes e muito vivas.

Os alunos querem expressar com estas fotografias, de forma simbólica, o seu agradecimento na esperança que os seus problemas se resolvam a contento e que, um dia, possa voltar ao nosso convívio com assiduidade.

                   Um muito OBRIGADO / MERCI de todos os alunos

Debate 7 - 15 Maio 2014

DEBATE 7
  A OFICINA DE SABERES E OS OFICINEIROS

Este vai ser o último Debate do corrente ano e no meu caso o último sob a minha coordenação.
Numa conversa entre oficineiros, surgiu a ideia de debater a própria Oficina de Saberes e o que ela representa para cada um de nós.
Não está em causa analisar aspectos do funcionamento nem os seus órgãos, pois para isso existem outros meios mais apropriados.
Pretende-se apenas ter um momento para um pequeno balanço, do ponto de vista pessoal, das actividades e convívio que ocorreram ao longo do ano e o que daí se extraiu de positivo, além de que se pode também abordar as expectativas existentes para o futuro.
Para mim, é uma boa forma de me despedir. Para cada um, pode ser também um bom processo de acabar o ano e de repensar o seguinte.

4.Maio.2014
Francisco Lourenço

Acta n ª 4 do G.A.R. - 19 Mar 2014

OFICINA DE SABERES DO SAD-SPORT ALGÉS E DAFUNDO
GAR-Gabinete de Análise e Reflexão


ATA Nº. 4

No dia 19 de Março de 2014 reuniu-se o GAR, pelas 15 horas, na sala 2 do SAD, com a presença dos membros
·         António José Fernandes Praça – Coordenador
·         Ana Maria Raposos Agostinho
·         Armando Mota
·         Francisco Guilherme Monteiro Lourenço
·         Ilda Maria Antunes Lourenço (secretária)
·         Lucília da Conceição Martins Piloto,

registando-se a ausência de Vitor Cunha e com a ordem de trabalhos:

1.       Decisão sobre a próxima visita lúdico-cultural
2.       Escolha de roteiros culturais a efectuar aos sábados nos meses de Março e Abril
3.       Cartão de visita da Oficina de Saberes

Iniciada a reunião procedeu-se à aprovação e assinatura da ata nº. 3 relativa à sessão anterior.
Ponto 1 – Fez-se uma breve análise sobre os programas alternativos, ficando o coordenador da área de continuar as diligências com vista à definição e divulgação do programa definitivo.
Ponto 2 – O coordenador geral apresentou vários programas concretos, com datas estabelecidas, ficando de ultimar a escolha face à disponibilidade de calendário, para proceder à respectiva divulgação.
Ponto 3 – Todos os presentes estiveram de acordo com a criação do cartão de visita da Oficina de Saberes
Nada mais tendo sido tratado, foi encerrada a reunião e elaborada a presente ata, que irá ser assinada pelos elementos do GAR presentes na mesma.

Acta nº 3 do G.A.R. - 12 Fev 2014

OFICINA DE SABERES DO SAD-SPORT ALGÉS E DAFUNDO
GAR-Gabinete de Análise e Reflexão

ATA Nº. 3
No dia 12 de Fevereiro de 2014 reuniu-se o GAR, pelas 15 horas, na sala 2 do SAD, com a presença de todos os seus membros:
·         António José Fernandes Praça – Coordenador
·         Ana Maria Raposos Agostinho
·         Armando Mota
·         Francisco Guilherme Monteiro Lourenço
·         Ilda Maria Antunes Lourenço (secretária)
·         Lucília da Conceição Martins Piloto
·         Vítor Manuel Guerra da Cunha
e com a seguinte ordem de trabalhos:
1.       Festa de Carnaval a realizar em 24 Fevereiro
2.       Realização de concursos de fotografia, pintura, poesia e anedotas
3.       Próxima visita lúdico-cultural
4.       Outros assuntos
Iniciada a reunião procedeu-se à aprovação e assinatura da ata nº. 2 relativa à sessão anterior.
Ponto 1 – O coordenador geral submeteu à consideração e aprovação o programa genérico da Festa de Carnaval a realizar em 24 de Fevereiro e que resumidamente consiste no seguinte:
·         Durante a manhã o Prof. Hermínio dará uma aula de ética subordinada ao tema do Carnaval. Para tal ser-lhe-á feito convite.
·         Seguir-se-á um momento de actividades artísticas preparadas pelos oficineiros e um breve baile de carnaval
·         O almoço convívio será realizado na sala dos sócios, para quem quiser participar
·         Na parte da tarde será apresentada mais uma sessão da TV Oficineira e outros temas alusivos ao momento
A proposta foi aprovada e o programa completo será dado a conhecer nos próximos dias a todos os oficineiros
Ponto 2 – Foi analisada e aprovada a proposta do coordenador da área lúdico-cultural para a realização dos concursos referidos na agenda, que serão abertos a todos os oficineiros. Os candidatos devem apresentar os seus trabalhos até 15 de Maio, para que a entrega dos prémios possa realizar-se na cerimónia do aniversário da Oficina de Saberes em 4 de junho. O coordenador da área irá promover a divulgação dos concursos e respectivos regulamentos.
Ponto 3 – Continuam em estudo os programas para a próxima viagem a realizar nas proximidades da Páscoa. As alterativas no momento em análise são: Picos da Europa e Foz do Arelho-Alcobaça-C.Raínha.
Ponto 4 - Neste ponto foi analisado o interesse de convidar pessoas não pertencentes à Oficina de Saberes, para participar ou colaborar em actividades de carácter não sistemático que estejam a ser desenvolvidas. Foi entendido não haver inconveniente nisso, desde que não exista qualquer contra-indicação ou incompatibilidade conhecidas.
Nada mais tendo sido tratado, foi encerrada a reunião e elaborada a presente ata, que irá ser assinada pelos elementos do GAR presentes na mesma.

Debate 6 - 30 ABR 2014

DEBATE 6
 INFORMAÇÃO NOS DIAS DE HOJE: EXCESSOS, CARÊNCIAS E DIFICULDADES DE GESTÃO

Nos dias de hoje não podemos alhear-nos da importância da informação.
Ela influencia a qualidade de vida e pode constituir um fator de desigualdade, em prejuízo de quem não tiver acesso às informações que permitem o indispensável conhecimento para a vivência social.
Ao falar em informação devemos ter presente as várias vertentes que a envolvem. Esquematicamente podemos dividir esta matéria segundo as fontes, o acesso, a qualidade, o tratamento, a guarda e a segurança da informação.
É sobre estes pontos que se deixam algumas reflexões, em conexão com o que foi tratado no nosso Debate.
Dados, informação e conhecimento
Os dados são os elementos simples que se reúnem, sejam textos, números ou símbolos, os quais necessitam de ser organizados e tratados para se extraírem as informações que se desejam.
As fontes de dados e informações são muitas: históricos do passado, relatórios, artigos, meios de comunicação social, revistas, anúncios e outros contactos verbais ou escritos. Atualmente é comum os particulares recorrerem à Internet e as empresas às bases de dados e estatísticas da actividade.
Quando alguém nos faz um conjunto de perguntas simples, nos pede para preencher um formulário, nos convida a entrar num concurso em que temos de dar elementos pessoais ou nos aborda para um inquérito aligeirado de rua, duma forma impensada estamos a fornecer dados sobre nós próprios que servem para alimentar bases de dados cujos fins podem ser de diversa ordem.
Na vida atual não se pode viver sem informação. É ela que proporciona o conhecimento para se tomar decisões ou enfrentar as situações que surgem, por vezes novas situações que aparecem pela primeira vez e de que nada se sabia.
Tratamento dos dados
Os dados têm de ser recolhidos, selecionados, processados e interpretados, para que traduzam informações.
No passado, todos os dados tinham de ser elaborados manualmente e a capacidade para os tratar era assim limitada.
Com as potencialidades que a informatização trouxe e os novos processos de a tratar que foram criados, deixou de haver limites.
A sofisticação a que este trabalho chegou nas empresas, sobretudo nas grandes empresas, exige a existência de especialistas habilitados e para os formar há muitos cursos universitários e profissionais.
O percurso da ciência, desde a invenção do telégrafo em 1837 e muito particularmente a partir da segunda metade do seculo passado, permitiu que em matéria de computadores se fizessem progressos impressionantes e deu ao homem um novo poder em todas as áreas.
Até à década de 50, havia os arquivos e os arquivadores, que de forma manual catalogavam e arquivavam toda a documentação.
Na década seguinte desenvolveram-se os computadores de válvulas, que já permitiam às empresas reunir dados para relatórios, balanços e outras demonstrações contabilísticas, mas eram máquinas caras e pesadas (centenas de quilos), que exigiam muita mão de obra para manutenção e tratamento.
A situação melhorou com a descoberta dos transístores (podiam colocar-se vários transístores numa cápsula do tamanho de uma unha), mas as máquinas continuavam ainda caras e pesadas, tendo de ser alugadas e exigindo a presença de técnicos da empresa alugadora.
A grande revolução dá-se com os circuitos integrados e com os microprocessadores, que permitiram construir máquinas aligeiradas e com grandes capacidades. Os dados deixam de ser trabalhados exclusivamente no departamento informático e os processos reduzem bastante as toneladas de papel que antes eram impressas.
Os computadores saem as portas dos centros informáticos e espalham-se dentro das empresas, podem estar ligados entre si e passam a ser um suporte indispensável em todas as decisões, tornando a informação um elemento estratégico e competitivo.
Os microprocessadores originaram também um salto na qualidade dos computadores domésticos, que se utilizavam desde meados da década de 70, permitindo a partir da década de 90 a construção de pequenos computadores pessoais, aligeirados e com grandes capacidades.
Nos dias de hoje vivemos num mundo de inteligência artificial, os dados e informações são tratados em cadeias de computadores espalhados pelo mundo, a altíssimas velocidades, sem limites de fronteiras, permitindo elaborações que superam milhões de vezes as capacidades humanas. Em cada 5 anos, o número de dados e informações no mundo é multiplicado por dez !
Qualidade e armazenamento da informação
Esta matéria a nível profissional é altamente complexa e os sistemas para tratamento da informação são sofisticados.
O facto de haver muita informação disponível, não quer dizer que toda seja fiável, pelo que o seu tratamento implica a necessidade de a selecionar e testar.
As grandes empresas e os governos tratam um número infindável de dados e informações altamente importantes e até secretos, que exigem uma seleção e armazenamento cuidados, que expurgue informações falsas e garanta a proteção contra atos de espionagem do que se encontra guardado.
Conhecem-se casos de hackers na América e noutros países que conseguiram entrar nos computadores governamentais de segurança máxima e ainda há pouco tempo sucedeu um caso mediático de divulgação de informações confidenciais que pôs em conflito relações diplomáticas entre vários países.
Não avançaremos no estudo destas complexas matérias, pois não é esse o objectivo do momento. Nos pontos seguintes vamos simplesmente fazer algumas referências quanto a situações e procedimentos que poderão servir as necessidades básicas do nosso dia-a-dia, pois cada um não pode descurar os cuidados com os dados e informações que guarda e lhe são úteis.
Como guardar a informação útil
Um dos primeiros cuidados é confirmar a veracidade daquilo que nos chega.
É frequente recebermos no computador alertas e avisos de doenças ou outras coisas maléficas que podem acontecer, provocadas por produtos, alimentos, atividades, vírus no computador e muitas outras.
Nem tudo é verdade, pois há pessoas que gostam de mostrar que estão informadas e falam do que não sabem ou não entendem completamente, algumas intencionalmente divulgam pela Internet ou outros meios informações falsas para disso tirarem benefício e até há quem apenas pretenda criar situações de alarmismos.
Temos a obrigação de não ser mais um veículo de divulgação deste tipo de informações pelos nossos amigos. Devemos fazer alguma selecção e às vezes basta uma breve consulta na Internet, pois muitas destas situações já são conhecidas e há mesmo algumas que ciclicamente vão aparecendo.
As informações boas que recebemos, que podem não ser úteis no momento mas vir a sê-lo no futuro, seria muito conveniente que as pudéssemos conservar, pois perdem-se na memória e se vierem a ser precisas ou já não nos lembramos delas ou temos uma vaga ideia, de que pouco serve porque tudo terá ido para o lixo
Aí está uma área em que podemos melhorar os nossos comportamentos: documentos com dados ou informações potencialmente úteis podem ser depositados num local escolhido para lhes ser dado algum tratamento quando houver tempo e disposição. Tratando-se de algo que ouvimos ou nos foi transmitido, podemos anotar num papel e proceder da mesma forma.
O computador é um instrumento de grande utilidade para tratar as informações de que dispomos.
Os procedimentos com o computador, para situações correntes, são muito simples e de uso generalizado por grande parte das pessoas.
Cada um pode construir uma estrutura à sua medida de armazenamento da sua informação pessoal, mediante pastas e sub-pastas. O Explorador do Windows e outros suportes são uma boa ajuda para isso.
Por exemplo, numa pasta com o nome de “Utilidades”, pode haver sub-pastas para “Bancos”; “Reparadores”; “Médicos e Medicamentos”; “Estudos”; “Viagens”; “Ementas”; “Itinerários”…e dentro de cada sub-pasta ainda se podem abrir outras (exemplo: uma para cada Banco), se for esse o interesse
É aqui que depois se irá fazer o arquivo daquilo de que dispomos e pretendemos classificar e guardar, como é o caso de:
·         Folhas de trabalho (do word, exel ou outro suporte) onde se tenha feito escritos ou registos
·         Digitalizações de documentos, imagens, símbolos, etc.
·         Fotografias ou vídeos, neste caso existem meios que directamente os passam da máquina ou câmara de vídeo para a pasta do computador
Há entidades que oferecem vários serviços no campo da informação aos seus clientes relativamente às operações que com eles detêm, como é o caso dos Bancos, mediante acessos pela Internet através de Códigos ou palavras-chave que fornecem.
Os acessos e procedimentos são em geral relativamente simples, mas como em tudo às primeiras vezes podem não parecer muito amigáveis para quem não está familiarizado com eles. Sobretudo há que ter em atenção os problemas da segurança.
Cuidados a ter com a informação guardada
Para além do sistema de armazenamento da informação, como já se referiu há outra vertente que não pode ser descurada: A SEGURANÇA.
Deve ter-se presente que o computador, mesmo em casa, pode ser utilizado por outras pessoas (de forma consentida ou abusiva), assim como o uso da Internet o torna vulnerável a intromissões indesejáveis, pelo que são aconselháveis comportamentos preventivos, tais como:
·         Condicionar a abertura do computador ao uso duma “password”.
·         Fazer o mesmo com as folhas de trabalho ou documentos de maior delicadeza ou confidencialidade
·         Cuidar o processo em como se guardam os códigos e palavras chave, pois normalmente são muitos e não é possível memorizá-los todos
·         Se estão em causa acessos para operações bancárias, nunca os guarde no próprio computador, pois pode estar a abrir pela Internet uma porta de entrada nas suas contas
·         Também não guarde no computador dados confidenciais ou de situações delicadas se essas matérias também estão armazenadas no computador, pois isso constituiria uma redução ou eliminação da segurança
·         Um processo seguro (ou pelo menos mais seguro) de guarda de códigos e palavras de acesso, envolve a utilização de sistemas de criptografia, mas isso não está ao acesso de qualquer um
·         O uso da internet exige proteções através de “firewall” ou anti-virús, que têm de ser instalados no computador
·         Na Internet nunca devem ser fornecidos de forma completa dados pessoais, números de conta bancárias, códigos ou palavras de acesso, mesmo quando pareça que é o nosso banco quem o pede. O Banco nunca solicita tais dados duma forma completa, pelo que há o risco de se estar a ser vítima dum site pirata
·         Realizar downloads de ficheiros que não mereçam confiança é uma via perigosa. Particularmente perigosos são aqueles que têm a extensão “.exe”
·         A abertura dum ficheiro pode levar à instalação de programas piratas ou à transmissão de virús no computador. Uma inocente resposta a perguntas pode significar autorizações que nem imaginamos estar a dar, até a utilização do ponto do site para “saída”, embora seja isso que lá está escrito, pode ter um significado completamente diferente e perigoso. Sendo um site pirata, tudo é possível,
·         Há casos em que, ao errar a escrita dum endereço (por exemplo, trocando uma letra do endereço do banco a que queríamos aceder), se ativam sistemas piratas montados para responder como se fosse o Banco.
·         Os sites piratas estão construídos para parecerem os originais, de forma a iludir quem os usa. O chamado “phishing” (que vem do inglês “fish”, i.e. “pescar”) é um sistema fraudulento, pelo qual uma entidade se faz passar por outra com o objectivo de roubar dados e os utilizar em seu proveito.
·         Normalmente os sites dos bancos para a realização de operações estão encriptados e começam por “https/…” enquanto os sites piratas não o estão e começam apenas por “http/…” Um simples olhar para o endereço pode distinguir a situação
·         Para aceder a um site, é mais seguro fazê-lo escrevendo o respetivo endereço. Utilizar links que são oferecidos para proporcionar maior rapidez e saltitar entre diferentes sites, pode ser perigoso
·         Cuidado portanto com a verificação de que está realmente a trabalhar no site a que quis aceder. Em caso de dúvida, saia e entre de novo, pois sem querer pode ter acedido a um site pirata.
Os Bancos pela Internet e outros meios fornecem muitas informações em matéria de segurança. É bom lê-las e contactar de imediato o Banco sempre que surja alguma situação que pareça suspeita, usando as linhas de emergência que normalmente são colocadas à disposição dos clientes.
Muito mais haveria a dizer sobre segurança, mas o objectivo é dar algumas informações e sensibilizar cada um de nós para uma matéria que pode ter implicações importantes na nossa vida e no nosso património, em especial, pretende-se motivar para que não sejam descuradas as medidas de segurança que o uso do computador e da Internet requerem.

30.Abril.2014
Francisco Lourenço

Debate 5 - 20 de Março 2014

DEBATE 5 – realizado em 20.Março.2014

Tema: “A IMPORTANCIA DO DESPORTO NA SAÚDE E NA ECONOMIA”

Atividade física, exercício físico e desporto, tudo são actividades que fazem movimentar o nosso corpo com benefícios para a saúde.

Se o sedentarismo é causa de muitas doenças, a prática exagerada ou inadequada de qualquer atividade também pode ser muito negativa.

Falámos destas questões no nosso debate, duma forma fundamentada, tendo em conta que entre nós se encontrava um especialista na matéria, que com a sua habitual disponibilidade muito contribuiu para aprofundar e credibilizar aquilo que se discutia.

Mas também falámos sobre aspectos económicos e mediáticos que lhes estão associados e movimentam muito dinheiro e muitas emoções.

Numa consulta na “Internet”, chamou-me a atenção a seguinte frase (atribuída a Eduardo Derby):

“ Os que não encontram tempo para o exercício, terão de o encontrar para as doenças”

Nestas matérias como em muitas outras, o mundo de hoje está em mudança, com os seus aspectos positivos e negativos, e não podemos alhear-nos dele.
Resumem-se a seguir alguns dos pontos abordados no debate.

Áreas onde a actividade física reconhecidamente traz vantagens para a saúde e bem-estar

·        Combate à obesidade, osteoporose, doenças cardíacas, riscos de AVC e do próprio cancro
·        Diminuição do “stress”, reforço das articulações e músculos
·        Controlo do grau de agressividade, angústia e depressão
·        É também uma forma agradável de passar o tempo e estreitar relações com a família e amigos

Áreas onde a actividade física pode ser prejudicial para a saúde
·        Inadequação do tipo de exercício às condições físicas
·        Prática dos exercícios duma forma incorrecta, exagerada ou sem o conhecimento ou equipamento necessários
·        Uso de estimulantes ou drogas, excepto quando prescritas por entidades idóneas competentes
·        Não acompanhamento com a alimentação adequada
·        Em geral, qualquer prática desaconselhada pelo médico ou por pessoa qualificada

Melhorias que podiam (e deveriam) ser implementadas
·        O ideal seria que o desporto e as actividades físicas fossem incentivados ainda antes das crianças irem para o primeiro ciclo escolar, pois iria estimular-lhes o interesse e criar-lhes habituação de boas práticas
·        Elas são benéficas em todas as idades, quando devidamente adaptadas e acompanhadas, pelo que são desejáveis os incentivos e facilidades que se criem
·        Seria vantajoso para a saúde, sobretudo olhando para os mais jovens, que algumas das horas diárias despendidas de forma sedentária na “Internet” e outros meios de informação e comunicação, fossem canalizadas para convívio e atividades que os levassem a movimentar-se
·        Atenção aos que se encontram em intensa carreira profissional, em particular na faixa dos 25/45 anos, pois é frequente abandonarem ou negligenciarem as actividades físicas que antes praticavam
·        O exercício deve ser uma actividade continuada e acompanhada por bons hábitos alimentares
·        Caminhar, jardinar, dançar, subir escadas…são por si só bons exercícios, ao alcance de todos, desde que não sofram de lesões ou doenças que os tornem contra-indicados
·        O Estado muitas vezes financia clubes porque eles atuam em áreas que competiriam ao próprio Estado promover. No jogo dos interesses que se criam, seria desejável eliminar os aspectos negativos das relações entre o Estado e o Desporto

Melhorias visíveis nos dias de hoje
·        Há mais conhecimento e mais interesses das pessoas pelas actividades físicas e existem muitos locais onde podem ser praticadas
·        A mentalidade moderna vê o corpo duma forma diferente e mais desinibida. As meninas no passado nem aos ginásios iam, hoje, equipam-se forma desinibida e sem preconceitos, tal como os rapazes
·        É vulgar nos jardins e outras áreas públicas haver aparelhos disponíveis para livre utilização, assim como existem muitos espaços demarcados para caminhadas, circulação de bicicletas e outras atividades
·        Os clubes desportivos (que não são só os maiores e mais mediáticos) agregam muitos milhares de praticantes
·        Existe muita regulamentação nacional e internacional sobre as actividades físicas e desportivas nas suas diferentes vertentes, que incluem o fair-play e os códigos de ética

Consequências económicas das actividades físicas e desportivas
·        As actividades físicas, conjugadas com uma adequada alimentação, proporcionam saúde e bem-estar que se traduzem em vantagens orçamentais para as famílias e os governos
·        À sua volta movimentam uma grande diversidade de áreas de negócio: ginásios, treinadores e preparadores, estádios, aparelhagens e apetrechos, viagens, hotéis, restauração, meios de comunicação, campanhas publicitárias e muitas mais
·        A economia do desporto constitui um ramo especializado de estudo da ciência económica. Estuda os impactos dos eventos, sobretudo dos grandes acontecimentos, que têm fortes implicações urbanísticas e orçamentais
·        Os estudos prévios do custo-benefício para a construção das grandes infra-estruturas não são fáceis e há dados dificilmente quantificáveis, que podem ser manipulados para justificar decisões populistas e nem sempre racionais
·        Para essas realizações são canalizados elevados investimentos, havendo que ponderar a sua utilização e rentabilização futuras
·        Há exemplos de legados que se tornaram depois enormes problemas financeiros e urbanísticos, como sucedeu nos jogos olímpicos de Sidney e Atenas. Em Portugal, temos os 10 estádios construídos para o Euro-2004 e há quem fale na demolição de alguns, por ser insuportável pagar os custos de manutenção
·        Os clubes desportivos que atingem grande nível internacional movimentam valores financeiros astronómicos. Alguns encontram-se numa situação económica altamente deficitária, o que tem obrigado à criação de legislação e intervenções oficiais que levem ao seu reequilíbrio
·        São diferentes as necessidades quando se trata de atividades amadoras ou profissionais, assim como de áreas massificadas ou de competição. Para a satisfação dessas necessidades e rentabilização dos investimentos, é desejável que os estudos sejam feitos com independência e por pessoas competentes, sejam entidades públicas, privadas ou parcerias que possam estabelecer




ALTA COMPETIÇÃO
·        Dentro de cada país, a alta competição, normalmente associada a clubes, tem calendários próprios e movimenta paixões (e milhões) entre os clubes, praticantes e adeptos
·        A nível internacional, geram-se acesas competições entre países para a organização dos grandes eventos desportivos
·        Estes constituem uma promoção importante para o país organizador, sobretudo pela divulgação que envolvem, pela dinamização da actividade económica e por outras consequências que lhes estão associadas
·        A sua importância leva os governos a criar instâncias oficiais destinadas a coordenar e organizar as candidaturas, a realização ou a participação nos eventos, umas permanentes, para eventos que se repetem, outras criadas para acontecimentos específicos
·        Os países e clubes competidores apresentam como um orgulho nacional os resultados positivos conquistados e fazem deles uma ampla divulgação, apresentando os vencedores como heróis nacionais e exemplos a seguir
·        As grandes provas desportivas são dos poucos momentos em que nos dias de hoje se podem ver dezenas de milhar de pessoas a exibirem com orgulho os símbolos nacionais, como são a bandeira e o hino
·        O mediatismo das grandes figuras provoca corridas desenfreadas de milhões de pessoas para acesso aos sites da “Internet” e outros meios de comunicação, constituindo um meio promocional que não tem equivalente
·        Como aspectos negativos, não se pode deixar de referir a alienação das massas, o uso das drogas e os gastos desproporcionados
-.

30.Março.2014
Francisco Lourenço

Debate 4 - 13 de Fev 2014

DEBATE 4 – 13.Fev.2014

Tema: “A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS NA SOCIEDADE”

I – Breve anotação sobre o sistema económico

Vivemos numa sociedade que em termos económicos privilegia a propriedade privada dos meios de produção. Trata-se como sabemos do sistema capitalista, no qual o investimento é fundamental para o desenvolvimento da economia e a criação dos excedentes na relação produção-consumo, isto é, as poupanças, que são necessárias para que haja um investimento sempre acrescido e o consequente crescimento económico.

Desde fins do sec XIX, inícios do sec XX, a mecanização e a introdução de novos processos de trabalho permitiram a saída da produção artesanal e a entrada numa fase de industrialização e de produção em massa.

A partir daí, as necessidades crescentes dos consumidores e a sofisticação económica levaram à criação de novas tecnologias e adequados processos de gestão e contribuíram para uma maior capacidade de inovação, tudo isto exigindo investimentos elevados. Foi assim imperioso conseguir grandes acumulações de capital para se poderem realizar os avultados investimentos.

A actividade dos agentes económicos levou ao incremento da produção e desenvolvimento da economia e a reaplicação das poupanças, acelerou o crescimento económico. Esta é a dinâmica do sistema, que exigem poupanças e investimento, situação que infelizmente não está a ocorrer nos tempos atuais em Portugal, com os resultados conhecidos.

II – As empresas

Dentro do tecido económico de que fazem parte, as empresas são as organizações onde melhor se pode fazer a combinação dos factores produtivos da mão de obra, matérias primas e capital. Elas são imprescindíveis à produção e distribuição dos bens e serviços e à distribuição do rendimento e congregam a maioria dos investimentos.

Perante as exigências da produção, as empresas são obrigadas a adquirir mecanismos caros, a utilizar processos de trabalho sofisticados e a possuir o Know How para inovar, trabalhar com altas tecnologias e conseguir mais produtividade e menos custos. Estas exigências só podem ser satisfeitas mediante a reunião de montantes elevados de capital, indispensáveis aos investimentos a realizar.

Ao longo do tempo as grandes empresas, para se tornarem competitivas e ganharem poder no mercado, têm aumentado a sua dimensão e muitas delas tornaram-se nos dias de hoje organizações complexas, repartidas por diversas áreas que integram holdings ou controlam outras empresas, sem limites espaciais, trabalhando no mercado global.

Em simultâneo gravitam no mercado inúmeras pequenas e médias empresas, que asseguram a vida e a subsistência duma parte considerável da população e cuja importância não pode ser desmerecida, pois são indispensáveis ao bom funcionamento do regime. Aliás, uma grande empresa normalmente determina a criação de muitas outras de menor dimensão, que a servem em diferentes áreas.

Todavia, é bom ter presente que as empresas e o próprio sistema económico não são fins em si mesmos, mas apenas e só uma forma de se atingirem os objectivos sociais. Na realidade, uma empresa é uma mera construção abstracta, uma realidade formal que existe apenas no plano jurídico-económico e cuja ação contribui para melhorar a vida em sociedade, todavia, se tiver uma atuação inadequada e descontrolada, também pode originar graves prejuízos sociais.

III – O mercado e a concorrência

Os intervenientes no mercado são as entidades que produzem os bens e serviços, as entidades que os consomem e as que fazem a intermediação entre a produção e o consumo. Para que tudo funcione bem, o Estado e os respetivos organismos reguladores não podem deixar de exercer a sua função de controlo e de regulamentação.

Pretende-se que a concorrência seja motivadora de progresso, na medida em que levará à busca de novos e melhores produtos ou serviços para satisfazer as necessidades dos consumidores, com um menor custo de produção e consequente menor preço de venda.

Mas uma concorrência desregrada pode originar distorções, pois os mercados não são perfeitos nem transparentes. E uma dessas distorções é a morte da própria concorrência, como sucede quando aparecem monopólios ou oligopólios indesejáveis.

Olhando para as empresas que existem, elas têm diferentes configurações e quando concorrem com produtos semelhantes no mesmo segmento de mercado, ora fazem alianças entre si ora travam verdadeiras lutas pela conquista dos negócios e do próprio mercado.

Podemos citar de forma resumida, em termos quase cronológicos, 4 princípios orientadores adoptados pelas empresas para atingirem os seus objetivos:

·        a orientação das empresas para o produto (a empresa idealiza e produz o que considera bons produto)
·        a orientação para o Mercado (a empresa tenta adequar os produtos às necessidades do mercado)
·        a orientação para o cliente (a empresa manifesta o desejo de produzir aquilo que o cliente manifesta necessitar, atuando com base no marketing e nas consultas do mercado e incentivando a inovação)
·        a orientação para o social

É com base neste último princípio que nos deteremos no ponto seguinte.

IV – Responsabilidade social das empresas

As instituições são feitas por homens e dirigidas também por homens, não são perfeitas, podem cometer exageros que prejudicam o interesse comum, portanto tem que haver regras de atuação e controlo que o Estado não pode deixar de promover.

A sua actividade está ligada a muitos aspectos que interessam a toda a sociedade, tendo de estabelecer relações que envolvem trabalhadores, consumidores, entidades oficiais, organizações sindicais ou profissionais, concorrentes e comunidades onde estão instaladas.

É desejável que os seus relacionamentos e atuações se processem duma forma correta e de acordo com os princípios normalmente aceites, isto é, exige-se que tenham um comportamento ético que:


·        Cumpra as regras de ordem social, legislativa, moral e concorrencial
·        Desenvolva a concepção dos produtos e a realização das actividades produtivas dentro de princípios que atendam às legítimas expectativas dos consumidores
·        Respeite os direitos dos consumidores, nomeadamente quanto a uma informação correta sobre os produtos e serviços e respetivos preços
·        Atenda aos interesses da sociedade em geral em matérias de higiene, saúde pública, tratamento e destruição de lixos e outros
·        Estabeleça equilibradas relações entre os órgãos que contribuem para a produção, quer da parte do capital quer do trabalho, proporcionando aos trabalhadores uma boa integração, bem como condições e salário adequados

Assim, às empresas não se exige apenas um cumprimento restrito da lei, mas uma atuação num plano mais alargado, que implica a correção dos comportamentos em todos os campos onde atuam.

Muitas empresas nos últimos anos optaram por se submeter a um processo voluntário de certificação, que pretende constituir uma garantia de que nos seus procedimentos e políticas divulgam e cumprem os denominados preceitos de qualidade. Pretendem desta forma favorecer uma boa imagem de si próprias e dar uma garantia de cumprimento, já que a certificação é feita por uma entidade idónea independente, devidamente credenciada e periodicamente é objecto de reavaliação para determinar se os bons procedimentos se mantêm.

A problemática do comportamento das empresas e da responsabilidade social que lhes compete assumir encontra-se entre as preocupações das autoridades comunitárias, sendo de salientar questões relacionadas com prevenção e controlo da poluição e dos organismos (e microorganismos) geneticamente modificados, as quais têm sido objecto de discussão em comissões especializadas e dado lugar a muitos  estudos, relatórios e promulgação de directivas.

Num dos textos comunitários, a propósito da responsabilidade ambiental, pode ler-se:

·        A União Europeia (EU) estabelece um quadro comum de responsabilidade, com vista a prevenir e reparar os danos causados aos animais, plantas, habitats naturais e recursos hídricos, assim como ao solo. O mecanismo de responsabilidade aplica-se, por um lado, a certas atividades profissionais explicitamente enunciadas e, por outro, às restantes atividades profissionais quando haja culpa ou negligência do operador. Compete, além disso, às autoridades públicas velar por que os operadores responsáveis tomem diretamente ou financiem as necessárias medidas de prevenção ou reparação”

Ainda quanto à responsabilidade ambiental e consequente reparação de danos ambientais, ficou instituído o princípio do poluidor pagador, como consta da Directiva 2004/35/CE, de 21 de Abril de 2004, cujo texto e amplitude têm sido sujeitos a vários melhoramentos e que logo nos seus 2 considerandos iniciais especifica:

“1) Existem hoje na Comunidade muitos sítios contaminados que suscitam riscos significativos para a saúde, e a perda da biodiversidade acelerou-se acentuadamente durante as últimas décadas. A falta de acção poderá resultar no acréscimo da contaminação e da perda da biodiversidade no futuro. Prevenir e reparar, tanto quanto possível, os danos ambientais contribui para concretizar os objectivos e princípios da política de ambiente da Comunidade, previstos no Tratado. A decisão relativa à reparação dos danos ambientais deve ter em conta as condições locais.

(2) A prevenção e a reparação de danos ambientais devem ser efectuadas mediante a aplicação do princípio do poluidor-pagador, previsto no Tratado e em consonância com o princípio do desenvolvimento sustentável. O princípio fundamental da presente directiva deve portanto ser o da responsabilização financeira do operador cuja actividade tenha causado danos ambientais ou a ameaça iminente de tais danos, a fim de induzir os operadores a tomarem medidas e a desenvolverem práticas por forma a reduzir os riscos de danos ambientais.”


V – A Globalização e as grandes multinacionais

As grandes empresas são os maiores agentes da globalização. O seu poder económico é enorme, elas controlam os recursos, dominam as tecnologias e por trabalharem em diversos países podem aproveitar as vantagens e desvantagens que em cada lado lhes é possível obter.

Tais empresas acabam por influenciar as relações económico-sociais dentro dos países, sobretudo nos mais pequenos, muitas vezes com orçamentos inferiores àqueles que elas têm ao seu dispor. Se de repente decidem suspender ou reduzir a actividade num país, podem só por si desencadear uma crise.

O mercado financeiro é a via que atrai e concentra os elevados capitais necessários aos avultados investimento, envolvendo as bolsas de muitos mercados financeiros e movimentações dos grandes investidores institucionais. Infelizmente, a ganância de lucros financeiros tem provocado enormes crises, tornando-se em certas fases um autêntico casino que atua à margem da actividade produtiva das empresas, cujas cotações são artificiais e constituem um mero jogo viciado para ganhos ilegítimos.

Os governos sentem-se atraídos pela atuação e influência das multinacionais e abrem-lhes as portas, criando medidas legislativas e de desregulamentação, esperando por essa via conseguir benefícios na dinamização da economia, aumento do emprego, crescimento do produto e das exportações. Uma das consequências é alimentar nestas empresas a busca insaciável das melhores condições entre os diferentes países em termos de facilidades de exploração, menos fiscalidade, menores custos e legislação que lhes facilite os movimentos, fomentando uma concorrência entre os países e provocando transformações no plano sócio-económico nem sempre desejáveis.

São empresas que trabalham num mundo sem fronteiras, que se adaptam com facilidade às situações locais e às mudanças, enquanto os governos são burocratizados e reunem forças e interesses contraditórios.

O Estado vê utilidade nestas empresas para garantir os seus objectivos e a globalização. As empresas apoiam-se nos Estados para melhor conseguirem os benefícios que o mercado global lhes proporciona.



16.Fevereiro.2014
Francisco Lourenço