Fui, neste sábado, efectuar uma visita à Mouraria. Quem nos serviu de guia, o Daniel Almeida, é um profundo conhecedor deste bairro Lisboeta. Aqui nascido e criado, ainda hoje se comove ao falar do seu querido bairro e a sua ligação a ele é tão estreita que afirma que, em primeiro lugar, a sua terra é a Mouraria e só depois é Lisboa.
A visita começou, como não podia deixar de ser, pela igreja de Nossa Senhora da Saúde espalhando-se, depois, para as redondezas. Daniel, bem documentado, explicou as origens e a evolução histórica deste bairro e destas gentes.
A impressão com que fiquei foi que a Mouraria já não é a mesma. As ruelas e os becos estão lá mas as gentes são diferentes. A mourama foi cristianizada e o bairro tornou-se uma mescla de etnias indiana, chinesa, paquistanesa, etc. De mouros ou melhor, de mouras, só vi uma. Mas será que vi mesmo? Não seria uma moura encantada perdida no tempo? Para alguém que conheço (mas não digo quem) é, penso eu, uma verdadeira e real moura encantada.
Mas não se pense que já não há mouros em Lisboa. Segundo um eminente pensador nortenho ainda os há e em grande número. De acordo com esta fonte os actuais mouros costumam-se reunir em cerimónias que chegam a ter 50 mil participantes em dois locais de Lisboa lá para os lados da 2ª circular.
Prosseguimos viagem em direcção a S. Vicente de Fora. Pelo caminho almoçámos um bom cozido. É que isto de subir as colinas de Lisboa a pé é trabalho e não vai lá com uns hambúrgueres.
Depois do almoço visitámos a igreja de S. Vicente de Fora, passámos pela Feira da Ladra e desembocámos na igreja de Santa Engrácia (actual Panteão Nacional) para ver o andamento das obras. Mas, chegámos tarde. Após 400 anos as obras de Santa Engrácia tinham acabado.
Vítor Manuel
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