Moagem da Azeitona |
Deixando a imaginação voar, poderíamos sentir ter sido um daqueles senhores que saboreavam o delicioso e transparente azeite de primeira triagem extraído a frio, depois da azeitona ser varejada das árvores, carregada até ao engenho que a esmagava com as suas mós e prensada no aparelho que suportava a pesada viga de braço comprido que comprimia as celhas e obrigava o precioso líquido amarelo a escorregar para o chão e seguir pelos trilhos nele vincados até aos recipientes que o aguardavam.
Subida da vara |
Mas já não seria tão agradável imaginarmos ser um daqueles trabalhadores e moços que agitavam no ar as varas contra as árvores no varejo da azeitona, ou que tinham de fazer o transporte dos sacos para as tulhas, ou controlar as descargas e o trabalho dos burros até que as mós a esmagassem ou, ainda pior, que à custa de força física tivessem que movimentar com os ombros o sarilho que rodava no fuso para a prensa de algumas toneladas descer sobre as celhas carregadas de azeitona a fim do azeite escorrer.
Enseiramento |
Os senhores açabarcavam o melhor azeite, os trabalhadores e moços tinham de contentar-se com o de menor qualidade e, num último esforço, da azeitona esmagada e exausta, depois de tratada com água quente, aumentava-se a quantidade da extracção, destinando-se o azeite de pior qualidade essencialmente a iluminação das casas e ruas.
Prensagem e Tarefa |
Foi isto que aprendemos neste último sábado na visita ao Lagar de Azeite, olhando para os engenhos e peças que estavam exibidos, alguns ainda originais. Não éramos nem os grandes senhores nem os pobres moços, mas apenas uns oficineiros interessados, que foram transportados para aqueles tempos com a ajuda das demonstrações e explicações detalhadas que foram dadas pelos especialistas que nos acompanharam e a quem devemos um agradecimento.
7.Maio.2012 Francisco Lourenço
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