Postei neste Blog, recentemente, um texto onde considerava que, neste período de crise em que os mais jovens têm grande dificuldade em encontrar emprego, se devia dar todo o apoio possível para tentar resolver essa questão em especial para aqueles que desenvolvem iniciativas nesse sentido. Achei que um texto poético poderia complementar o anterior e, talvez, fazer refletir melhor os que ainda tenham algumas dúvidas quanto a uma decisão de solidadriedade a tomar em situações como as que referi.
QUEM SOU EU?
Quem sou eu
Que por um egoísmo visceral
Não sinto nos outros seu sofrimento
Só me interessando pelo que é banal
Esquecido da solidariedade como sentimento.
Quem sou eu
Que me julgo só quando dependo de tantos outros
Família, amigos e tanta anónima gente
Que me dá o pão e os afetos que me sustentam
Para continuar a ser alguém que sente.
Quem sou eu
Que podendo os mais fracos ajudar
Prefiro venerar nos mais fortes a desumanidade
Ajudando o fosso entre eles a aumentar
Numa inaceitável e crescente desigualdade.
Quem sou eu
Que posso ajudar os que querem e não podem
Por lhes faltar o apoio de autoridades incompetentes
Que vão tornando os ricos cada vez mais ricos
E os pobres cada vez mais indigentes.
Enfim...quem sou eu
Afogado na voragem de uma sociedade sem valores
Em que o que conta é aos grandes dizer sim
Mesmo que o mundo fique negro e sem cores
Onde a pobreza e a injustiça não têm fim.
António Praça
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