"Vai, mísero cavalo lazarento
Pastar longas campinas livremente;"
Pastar longas campinas livremente;"
E eu, embalado por estes dois versos de um soneto de Nicolau Tolentino, lá fui.
Encontrei um prado verdejante, em Vila Nova da Barquinha, coberto de relva fofa e viçosa onde não faltava, de quando em quando, um pouco de hortelã. Prado vasto aonde se viam certas armações a que os humanos chamam obras de arte.
Mas o seres humanos não se contentaram com tão delicioso manjar. Por isso foram comer ao restaurante “Almourol”. Depois de bem comidos e bebidos, com as forças retemperadas, dirigiram-se ao objectivo principal – o castelo de Almourol.
Como o castelo fica numa ilha no meio do Tejo dividimos as forças por dois barcos cada um disputando a honra de ser o primeiro a desembarcar os seus homens (bem, de facto, eram mais mulheres) na ilha.
Embarquei num desses botes e tentei, através de um aliciamento compulsivo – umas valentes chicotadas – encorajar os remadores(as) a se esforçarem. No princípio julguei que tínhamos sido bem sucedidos. Passámos por uns patos que nos grasnaram alegremente. Outros levantaram voo, formando no ar um V perfeito. Eu, que não sou nada narcisista, interpretei estes sinais como um claro apoio e sinal de vitória. Enganei-me. O capataz Daniel e os seus remadores chegaram primeiro, à ida e à volta.
Tomámos o castelo sem grande resistência. Na refrega uma nossa guerreira perdeu o chapéu (mas encontrou-o posteriormente) e outra, a Isabel, tombou no chão mas nada de grave. Passado um tempo já caminhava à frente das hostes. Na tomada do castelo não hasteámos a tradicional bandeira porque os tempos estão de crise e as bandeiras estão caras.
Animados com o empreendimento aspirámos a voos bem mais altos. Os objectivos eram, agora, os planetas e todo o sistema solar no Centro de Ciência Viva de Constância.
Cansados, os novos templários tiveram o seu merecido repouso numa esplanada, em Constância na confluência do Zêzere com o Tejo. Aqui, o Mota, teve a gentileza de me oferecer uma “Isaurinha”. Claro que a comi. É um bolo delicioso.
Como última nota surpreende-me o facto de ainda haverem pessoas com força e coragem para fazer girar o mundo como a nossa colega Alexandrina.
Vítor Manuel